{SF} Kurt Matthew, Joseph Rockefeller Fox and Cedric Valentine

The First Time

Treasure, that is what you are Honey you're my golden star I know you can make my wish come true If you let me treasure you If you let me treasure you Pretty girl, pretty girl, pretty girl you should be smiling A girl like you should never look so blue You're everything I see in my dream I wouldn't say that to you if it wasn't true I know that you don't know it, but you're fine, so fine...Nanda from TPO

A morte é lenta. Cada segundo, cada minuto, cada hora, cada dia, cada semana, cada mês e cada ano. Morremos lentamente e nem sequer percebemos. O nosso corpo pode funcionar décadas e décadas, contudo, pode acabar “estragando” de forma repentina. Morrer é normal, mas eu não gosto de ver a morte dessa maneira. Se dependesse de mim, seria imortal. Quero conhecer o mundo, quero analisar o universo, quero explorar a alma de cada ser humano. Infelizmente, são sonhos e mais sonhos. Falecer é inescapável.

O ano está “quase” acabando. Felizmente fui dispensado do time de futebol, assim posso me concentrar nos estudos. Por que fui dispensado? Acabei tendo um “ataque asmático”. Recentemente, tudo está me cansando. Qualquer esforço ou coisinha do gênero me faz perder o fôlego. Isso é horrível. Minha mãe, Kelly, marcou uma consulta no hospital, mas vai demorar muito tempo. Não estou preocupado. É ótimo sumir do time da faculdade, apesar de perder uma linda bolsa. Nunca tive problemas com os outros alunos, porém sempre fui o “garoto apagado”, aquele tipo despercebido. Claro que nunca me importei, às vezes é uma coisa ótima.

Estou usando uma camisa preta, jeans e um par de All Star. Arrependimento? Sim. Por que diabos usaria uma camisa preta quando se está num período de calor? Porque sou sonso, só pode. Levanto a minha cabeça e reviro os olhos ao escutar a voz do professor de física quântica. A matéria é chata e difícil. Sei muito bem que tenho que ficar focado na aula, mas... Argh, foda-se! Já passei nessa matéria. Se ficar de recuperação, não vou estar devendo nota. Sim, sou preguiçoso. Na verdade, sou inteligente. Por que iria me esforçar para ter algo que já adquiri faz tempo? É como correr atrás das coisas que você já possui. Dou de ombros e pego uma folha preenchida por um nome: Kurt. Seu nome está escrito em letras maiúsculas, minúsculas, em linhas estreitas, em linhas retas, dentro de corações, dentro de bolas, dentro de quadrados. Sorrio e pego a caneta, escondendo a folha atrás do caderno. Fui escrevendo o nome do moreno sem parar.

Bom, querido leitor, você deve estar se perguntando quem é esse garoto. Ele é meu colega de sala. Kurt é muito bonito e bem... Digamos, entrosado. Popular pelo seu jeito e anda com algumas pessoas divertidas e alguns babacas. Porém, Kurt Matthew é um rapaz divertido e elegante. Esse garoto, assim como a maioria da escola, nem sabe da minha existência, mas isso não me incomoda. A solidão é uma grande amiga, é divertida e calma. Posso fazer o que quiser sem ser notado. Continuo escrevendo o nome do garoto, contudo, faço uma coisa diferente no meio da folha. Desenho seu nome, depois um coração, e, depois disso, meu nome. Meus olhos brilham com essa imagem simples e fútil, todavia, ela é significativa.

De repente, o professor se aproxima. Fecho o caderno rapidamente e ergo uma das sobrancelhas. Ele não está falando comigo, mas sim com outra pessoa: Kurt. Viro o meu rosto e pigarreio ao perceber o que o moreno queria dizer. – É verdade, professor. – Confirmo e acabo assentindo positivamente. – Perdoe-me pelo o incômodo. – Falo de forma civilizada e forço um sorriso em seguida. Olho para o meu vizinho de sala e forço um sorriso, voltando meus esforços para a folha preenchida por um único nome.

Depois de muito tempo, o sinal toca. – Ufa. – Murmuro e continuo escrevendo. Não tenho nada para fazer, exceto... De repente, uma voz me interrompe. Levanto minha cabeça e pisco um pouco, processando as informações. Kurt Matthew falando comigo?! Que milagre! – Sim, acertou. E você é Kurt. – Pisco para o rapaz e fecho o caderno rapidamente, colocando a caneta em cima da mesa. – Relaxa, aquele velho babão adora uma encrenca. E não, não me colocou numa confusão. – Dou de ombros e bocejo um pouco, levando a mão direita para frente e cobrindo a boca. Depois de bocejar, ergo uma das sobrancelhas e o observo. – Não, nem presto atenção na aula desse cara. A matéria é chata. – Reviro os olhos. – E percebe-se que você também não estava focado no professor. – Falo de forma sarcástica e rio.

The First Time

Treasure, that is what you are Honey you're my golden star I know you can make my wish come true If you let me treasure you If you let me treasure you Pretty girl, pretty girl, pretty girl you should be smiling A girl like you should never look so blue You're everything I see in my dream I wouldn't say that to you if it wasn't true I know that you don't know it, but you're fine, so fine...Nanda from TPO

Sorrio ao escutar a forma como me via. – Ér... Engraçado? – Ergo uma das sobrancelhas. Sempre fora invisível, mas não sabia que as pessoas me viam como “o garoto quieto”. Sempre fiquei calado e sempre observei todos. Nunca tive a necessidade de fazer barulho e falar com os outros. É chato e estranho, sinceramente. Algumas pessoas vivem conversando com desconhecidos, já eu... Prefiro analisar o mundo. O silêncio é uma dádiva. Escuto o moreno atentamente, encarando os seus olhos uma vez ou outra. A minha sexualidade sempre fora um mistério para os stalkeadores da sala, portanto, não tinha problemas com isso. Jamais tivera pressa de ter alguma relação, afinal, minha mãe é evangélica – e é horrível – e meu pai é um cara super homofóbico.

Planejava me relacionar escondido até lá ou, pelo menos, conhecer garotos quando saísse dessa vida de “estudante”. Claro que Kelly é uma mãe perfeita, contudo, seus valores são arcaicos e doentios. Não me importo. Nunca tivemos essa conversa, nunca achamos necessário. Observar as atitudes dos mais próximos é melhor, acaba se tornando uma brincadeira incrível. Não sou do tipo que faz reflexões interiores todos os dias, de jeito nenhum. Prefiro ver as outras pessoas, suas reações, suas ideias e seus pensamentos. O ser humano é uma caixa de histórias, de desejos, de paixões, de medos e de várias outras coisas. Ele, o homem, deveria ser estudado, analisado e catalogado como o animal mais incrível de todos.

Pigarreio e saio dos meus devaneios quando Kurt se assusta com algo. Abro a boca para dizer algo, mas ele já faz isso por mim. – Vai lá. Não atrase o almoço dos seus amigos. – Sorrio gentilmente e ajeito os meus materiais, enfiando-os na minha mochila de forma cuidadosa. Vejo o rapaz pegar a sua mochila, e então, antes que possa me despedir, ele me convida para ficar na mesma mesa em que ele irá se sentar. Sinto um frio na barriga e seguro para não fazer uma careta. Kurt é o crush supremo da minha vida, porém, isso não significa que quero ficar mais próximo e acabar me tornando amigo do mesmo. Motivo? Estou sendo cuidadoso, somente. As pessoas magoam as outras facilmente, e, assim, não quero ser decepcionado. O meu “vizinho de sala” parece ser legal, todavia, se tudo dependesse do exterior, as relações seriam mais simples e fáceis. As pessoas são misteriosas, afinal, é impossível saber o que se passa no psicológico de um indivíduo qualquer.

Sinto sua mão em meu braço e acabo sendo forçado a ficar de pé. – Ér... – Ergo as duas sobrancelhas, fazendo uma careta logo em seguida. Sinto seu braço em torno do meu ombro e, então, começamos a caminhar até o local onde ele irá. – Tudo bem. Tenho certeza que você não é mandão. – Falo de forma sarcástica, deixando a ironia completamente exposta. O moreno solta outra pergunta, e então, faço uma careta. – Por que a curiosidade? – Respondo com outra pergunta. Quero deixar uma impressão diferente, quero ser misterioso e tenho certeza que consigo fazer isso. – É segredo, jovem. – Sorrio e pisco para Kurt.